sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Morcegos... quem são?



Os morcegos são os únicos animais mamíferos capazes de voar. Representam um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo: são cerca de mil espécies, que possuem uma enorme variedade de formas e tamanhos, podem ter uma envergadura de cinco centímetros até dois metros; enorme capacidade de adaptação a qualquer ambiente e ampla variedade de hábitos alimentares, pois podem se alimentar de frutas, néctar, pólen, artrópodes, pequenos vertebrados e peixes. Somente três espécies se alimentam de sangue, ou seja, são morcegos hematófagos, encontrados apenas na América Latina e no Sul do México. Dessa maneira contribuem substancialmente para o equilíbrio dos ecossistemas, pois atuam como polinizadores, dispersores de sementes e controladores das populações de insetos. Possuem o extraordinário sentido de ecolocalização ou biosonar ou ainda orientação por ecos, que utilizam para voar por entre obstáculos ou para caçar suas presas.


Um morcego recém-nascido se agarra à pele da mãe e é transportado, embora logo se torne grande demais para isto. Seria difícil para um adulto carregar mais de uma cria, portanto normalmente nasce apenas uma. Os morcegos freqüentemente formam colônias-berçário, com muitas fêmeas dando à luz na mesma área, seja uma caverna, um oco de árvore ou uma cavidade numa construção. A gestação dura de dois (em algumas espécies de morcegos frugívoros) a sete meses (em morcegos hematófagos), variando conforme a espécie. Em algumas espécies duas glândulas mamárias estão situadas entre o peito e os ombros (axilares), mas também podem ser peitorais ou abdominais.
Embora a habilidade de voar seja congênita, imediatamente após o nascimento as asas ainda são pequenas demais para voar. Os jovens morcegos da ordem Microchiroptera se tornam independentes com a idade de seis a oito semanas, os da ordem Megachiroptera não antes dos quatro meses. Com a idade de dois anos os morcegos estão sexualmente maduros.
A expectativa de vida do morcego vai de dez a trinta anos, variando muito conforme a espécie.
















O osso do metacarpo e o segundo e quinto dedos dos membros anteriores são alongados, e entre eles existe uma membrana, chamada quiropatágio. A membrana se estende dos dedos até ao lado do corpo e deste até à base dos membro posteriores. A asa inteira de um morcego é chamada patágio. Muitas espécies têm também uma membrana entre os membros posteriores incluindo a cauda. Esta membrana é o uropatágio.
O patágio está cheio de delicados vasos sangüineos, fibras musculares e nervos. No tempo frio, os morcegos enrolam-se em suas próprias asas como num casaco. No calor eles as expandem para refrescar seus corpos. O polegar e às vezes o segundo dedo dos membros anteriores têm garras, bem como os cinco dedos dos membros posteriores. As garras traseiras permitem aos morcegos agarrarem-se aos galhos ou saliências. Os morcegos também podem se mover no chão, mas são bastante desajeitados.
Todos os morcegos são ativos à noite ou ao crepúsculo. Os seus sentidos de olfato e audição são excelentes e ao contrário do que muitos pensam, eles possuem uma boa visão.
Os dentes se parecem com os dos insetívoros. São pontiagudos para que possam perfurar o exosqueleto (constituído por quitina) dos insetos ou a casca das frutas.














- Os morcegos são grandes controladores de insetos. Algumas espécies ingerem 200 ou mais insetos em apenas alguns minutos de vôo.
- Os morcegos são responsáveis pela formação de florestas. Ao ingerir um fruto deixa cair as sementes em local distante do original, onde poderá nascer nova árvore. Mais de 500 pequenas sementes podem ser transportadas por um único morcego a cada noite.
- Os morcegos ajudam na reprodução de mais de 500 espécies de plantas, visitando as flores como fazem de dia os beija-flores, transportando o pólen de flor em flor.
- A saliva do vampiro, por ter forte ação anticoagulante, poderá ser largamente empregada para o tratamento de várias doenças vasculares.
- ...apenas três espécies que vivem na América do Sul se alimentam de sangue...





































Na ausência de presas selvagens ou gado, os hematófagos atacam animais domésticos e seres humanos", explica o professor Wilson Uieda, biólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), reconhecido como uma das maiores autoridades nos morcegos-vampiros da fauna brasileira. Segundo ele, os hematófagos têm especial preferência pelos pés das vítimas: os dedos são o alvo escolhido em 90% dos casos. "Na região de Bacarena (PA), dez pessoas de uma mesma família foram atacadas", relatou Uieda, poucos dias após voltar da região, onde orienta as comunidades afetadas pela presença do vampiro. Segundo ele, a quantidade diária de sangue consumida pelos morcegos é muito pequena, variando de 15 a 20 mililitros – cerca de duas colheres de sopa. Por isso, os ataques só são perigosos quando o animal está infectado com raiva, a única doença transmitida pelos vampiros. "O último caso de raiva transmitido por um hematófago, na região, foi registrado em 1991 e levou a vítima à morte", conta o especialista.
O morcego-vampiro consegue perceber o calor da circulação sanguínea sob a pele das vítimas e usa este dom, chamado de termorrecepção, para mapear os vasos mais próximos da pele. Por isso sua mordida é cirúrgica, superficial e quase indolor. Ele usa a língua dobrada como um canudinho para colher o fluido até se saciar.

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